O Amapá ganhou um importante mecanismo para o desenvolvimento infantil. Voltado para filhos de beneficiários do Bolsa Família, o Programa Federal Criança Feliz foi aderido pelo Estado. A partir de agora, amapaenses na faixa etária de 0 a 3 anos terão acompanhamento especializado no estímulo de habilidades humanas desde atividades cognitivas à formação da inteligência.

A cerimônia que oficializou o Amapá como o primeiro Estado a aderir ao programa – até o momento apenas prefeituras haviam participado – ocorreu nesta segunda-feira, 6, no Palácio do Setentrião, sede do governo amapaense. O lançamento do programa foi feito com a presença do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, que dias antes estevem em Macapá para fazer a entrega de equipamentos e caminhões do Programa da Aquisição de Alimentos (PPA).

O Criança Feliz funciona através de acompanhamento semanal, feito por visitadores capacitados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), que gerencia o programa. Através de estímulos cognitivos, eles ensinam os pais a evitar dificuldades que podem acarretar em problemas futuros na alfabetização e no convívio social, por exemplo.

“Nós trabalhamos com multiplicadores na capacitação. Nós formamos técnicos dos municípios que fazem adesão ao programa e depois este técnico retorna à sua sede para repassar os conhecimentos adquiridos e formar a equipe que vai gerenciar o programa no Estado e as equipes dos municípios”, explicou Osmar Terra. Ainda de acordo com ele, a proporção de atendimento é de um técnico para cada 30 famílias abrangidas pelo programa.

Além de crianças de até três anos, o público-alvo são gestantes beneficiárias do Programa Bolsa Família e crianças de até seis anos afastadas do convívio familiar em razão de determinações judiciais e em risco ou vulnerabilidade social.

É necessária a adesão municípios junto ao Estado. Juntamente com o governo federal, os técnicos estaduais compõem o comitê gestor, que é responsável por estruturar e implantar as estratégias de promoção do desenvolvimento infantil. Essas equipes devem ser formadas por profissionais de serviço social, saúde, educação, direitos humanos e cultura. Na cerimônia, o governador assinou o decreto que institui o comitê gestor do Amapá.

Toda estrutura e logística necessária, até mesmo o pagamento aos visitadores, será financiada pelo MDSA. O recurso será repassado ao Estado, que executará o programa junto aos municípios. A Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (SIMS) será o órgão responsável por esta política.

O governador do Amapá, Waldez Góes, analisou a importância do Criança Feliz para o estado. “Muitas vezes os programas de transferência de renda são oferecidos, mas não têm um acompanhamento devido. O Criança Feliz vem complementar o trabalho que já está estabelecido exatamente pelo seu caráter de acompanhamento. Temos certeza de que essas crianças serão estudantes aplicados e cidadãos com uma boa produção, uma boa renda e que, assim, poderão ajudar as suas famílias e o estado a superar a pobreza”, avaliou o governador.

Segundo o ministro, a meta para este ano é chegar a 1 milhão de crianças atendidas pelo programa. De acordo com números do MDSA, no total são 4 milhões de crianças que são filhos de beneficiários do Bolsa Família.

O programa se baseia nas mais recentes descobertas da ciência sobre o comportamento cerebral humano, no qual estudos apontam que é nos primeiros meses de vida que se desenvolvem todas as habilidades humanas e inteligência. “A criança vai ter um melhor desempenho escolar, por exemplo, se ela tiver um melhor estímulo inicial, principalmente nos primeiros mil dias de vida, isto é comprovado cientificamente”, reforçou o ministro.