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quarta, 19 de abril de 2017 - 21:42h
Dança do Turé: a simbologia da identidade indígena do Amapá
Apresentação cultural marcou programação na aldeia do Manga.
Por:
Foto: Wenndel Paixão
Índios mantém viva a tradição da Dança do Turé e a produção e consumo do caxiri, bebida fermentada à base de mandioca

Principal símbolo de identidade dos povos do Vale do Uaçá – no extremo norte amapaense – a Dança do Turé foi uma atração à parte na programação cultural do II Fórum Indígena promovido pelo governo do estado.

Uma apresentação especial, na Aldeia do Manga, a 600 km da capital Macapá, marcou a abertura do evento alusivo ao Dia do Índio, nesta quarta-feira, 19 de abril. De acordo com o indígena Sérgio dos Santos, pertencente à etnia Karipuna-Marworno, nas gerações anteriores, a Dança do Turé era feita por seus ancestrais somente na primeira lua cheia do mês de outubro – período de verão da região, quando o céu estava aberto, sem nuvens, e a luz do luar favorecia a iluminação para a prática.

Segundo ele, a cultura indígena explica que os antigos pajés mandavam organizar as festividades do Turé como forma de retribuição às curas de doenças e agradecimento pela farta agricultura.

Santos é profundo conhecedor da tradição. Ele é diretor do Museu dos Povos Indígenas, localizado no município de Oiapoque, que abrange o Vale do Uaçá. “Os rituais são ocasiões de dançar, beber e cantar”, reforça.

Na Dança do Turé não pode faltar o caxiri, um tipo bebida artesanal. Com gosto similar ao aguardente dos “homens brancos”, o caxiri é sempre preparado pelas mulheres. É fermentado à base de mandioca.

Atualmente, explica Santos, o Turé é importante porque reunir índios das aldeias banhadas por um mesmo rio. No caso do Vale do Uaçá, são quase 50 aldeias. Os índios acreditam que espíritos bons são invocados durante a dança, que é embalada por letras de uma antiga língua, que agora incorpora também palavras do dialeto palikur, misturados com termos em patoá (variação do idioma francês).

“Apesar de não termos mais a figura do pajé, que antigamente conduzia os trabalhos, a Dança do Turé ainda é importante para manter a nossa identidade, que já foi invadida pela cultura do homem não-índio”, avalia Santos.

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