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segunda, 22 de maio de 2017 - 18:12h
Aos 85 anos, morre professor Antônio Munhoz
O Governo do Amapá decretou três dias de Luto Oficial pela perda do ilustre cidadão que dedicou sua vida à educação, poesia, música e história amapaense.
Por:
Foto: Paulo Tarso Barros
Em nota, o Governo do Amapá declarou o Estado se orgulha de ter servido de lar e inspiração a um personagem tão importante para a arte e cultura local.

O professor Antônio Munhoz Lopes, de 85 anos, morreu no início da tarde desta segunda-feira, 22, por complicações de insuficiência renal. Professor Munhoz, como era conhecido, estava internado na UTI do Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (HCAL). O Governo do Amapá decretou luto de três dias pela perda do ilustre cidadão, que será velado na Assembleia Legislativa do Amapá.

Paraense, professor Munhoz dedicou quase 60 anos de sua vida à educação, poesia, música e história amapaense. Chegou ao Amapá em 1959, quando ingressou no funcionalismo público do ex-Território Federal do Amapá, ocupando o cargo de delegado. Mas, foi a partir de 1960 que ele deu início à carreira que o deixaria conhecido por milhares de amapaenses – o magistério.

“Acompanho o professor Munhoz desde os anos de 1980, quando ele lecionava no Colégio Amapaense [CA]. Nunca cheguei a ser aluno dele, mas conquistei sua amizade, que perdurou até os dias de hoje. Lembro-me dele pelos corredores do CA sempre rodeado de alunos. Era uma pessoa muito querida”, lembrou o amigo Paulo Tarso.

Munhoz lecionou ainda na Escola de Arte Cândido Portinari, Universidade Língua Latina e Conservatório Amapaense de Música. Ele também fez parte do Conselho de Cultura do Amapá entre os anos de 1985 e 1989 e era membro da Academia Amapaense de Letras, a qual trabalhava atualmente em sua reestruturação, junto com os amigos Fernando Canto, Paulo Guerra, Manoel Bispo e Nilson Montoril.

“Ele deixará um vazio enorme na cultura amapaense, não só pela sua atuação no sacrossanto trabalho no magistério, mas, sobretudo, pelo homem que foi: um paladino das letras e das artes plásticas, que formou milhares de pessoas e que acreditava num mundo mais justo e melhor para todos. Era um crítico ferrenho e um professor austero. Um cidadão justo, um católico leal”, destacou o escritor e amigo Fernando Canto.

A figura simpática e respeitável do professor já fazia parte da paisagem urbana do Centro de Macapá, em suas caminhadas diárias visitando a Biblioteca Pública Elcy Lacerda, livrarias, bancas de jornais e agência dos Correios, onde possuía uma das mais antigas caixas postais do Estado. Outro lugar que vai sentir falta do professor Munhoz é o Largo dos Inocentes, onde fica a Confraria Tucuju, da qual era diretor de biblioteca e acervo histórico.

“Nossos gritos de carnavais não serão mais os mesmos sem o professor Munhoz. Esse pedaço de Macapá vai sentir a falta de sua ilustre presença”, disse a presidente da Confraria Tucuju, Telma Duarte.

Ele também era considerado por intelectuais como “cidadão do mundo”, por viajar por países da Europa, África e da América do Norte. Seu gosto apurado pela música o levou até as ondas das rádios. Por três anos dividiu a bancada do programa “Aquarela Musical” – uma viagem da música erudita à popular - na rádio São José FM, com Graça Penafort. 

“Ele entrava no estúdio sempre com um largo sorriso no rosto. Não tinha um dia sequer que ele aparentava estar cabisbaixo ou triste. Era uma ótima companhia.  Vai fazer falta. Vou sentir saudade”, lamenta Graça.

Mesmo doente, professor Munhoz não parava. Sua mais recente descoberta era o mundo digital, através das redes sociais. Com a ajuda dos amigos, Munhoz compartilhava um pouco das suas aventuras com os internautas.

“Ele não sabia usar o computador, todos os dias vinha até mim e trazia anota em uma folha de papel o que deveria ser postado em sua rede social. Compartilhava causos, fotos de viagens e tudo mais que ele gostava”, recorda Paulo Tarso.

“O Amapá perde um ícone importantíssimo. Munhoz sempre teve em sua trajetória o compromisso com a educação amapaense, colocando-a como sua prioridade de vida, educando gerações. O céu ganhou uma estrela de mais nobre grandeza nesta sexta-feira”, lamenta a secretária Goreth Sousa. 

Em nota, o Governo do Amapá decretou luto e ressaltou a importância do legado de Munhoz. Veja na íntegra:

 

NOTA DE PESAR

O Amapá se orgulha de ter servido de lar e inspiração a um personagem tão importante para a arte e cultura da nossa gente: o professor Antônio Munhoz.

Munhoz nasceu no Estado do Pará em 1932 e chegou ao então Território Federal do Amapá em 1959, onde se tornou um dos mais importantes e simpáticos personagens da história da educação do, hoje, Estado do Amapá.

O legado que o professor Munhoz nos deixa é a educação e cultura, elementos fundamentais para o verdadeiro crescimento de um povo.

Para agradecer a este ilustre mestre da Literatura, que tanto acrescentou à formação de gerações e gerações de amapaenses, o Governo do Amapá decreta Luto Oficial de três dias. Neste momento de dor, que Deus conforte o coração dos familiares, amigos, alunos e admiradores desta importante personalidade da nossa história.”

 

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