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quarta, 24 de maio de 2017 - 19:03h
Cortejo da murta homenageia o Divino Espírito Santo
Trata-se de uma tradição secular realizada todos os anos nos bairros do Laguinho e Santa Rita.
Por:
Foto: Bia Reis
Marabaixeiros percorreram ruas e avenidas do Laguinho até a casa do festeiro

Dando continuidade à programação do Ciclo do Marabaixo 2017, aconteceu no fim da tarde desta quarta-feira, 24, o tradicional cortejo da murta, cuja procissão tem o objetivo de homenagear o Divino Espírito Santo. A concentração aconteceu em frente à Associação Folclórica de Marabaixo Mestre Pavão, no bairro do Laguinho, e contou com a participação de representantes do grupo de Dona Dica Congó, tradicional família de marabaixo da Favela.

O cortejo da murta é uma tradição secular. É um dos momentos principais dentro do Ciclo do Marabaixo. “Este é o momento em que saímos, aqui da casa do mestre Pavão, em direção à casa da Tia Biló, onde iremos pegar a murta que vai enfeitar o mastro na casa do festeito”, explicou Mônica Ramos, filha de mestre Pavão.

Ela contou que após o cortejo retornar para a casa do festeiro, inicia uma festa que vai até as 06h do dia seguinte, quando o mastro em homenagem ao Divino Espírito Santo será erguido.

A murta

Trata-se de uma planta aromática, comum na Área de Preservação Ambiental do Curiaú. Mônica explica que a murta simboliza a planta entregue por uma pomba para Nóe, após o dilúvio, segundo a Bíblia.

Vale ressaltar que existem dois cortejos da murta dentro do Ciclo do Marabaixo. O primeiro em homenagem ao Divino Espírito Santo, realizado no bairro do Laguinho. O segundo, que homenageia a Santíssima Trindade, acontece no próximo domingo, 28, na antiga Favela, hoje bairro Santa Rita, e é realizado pela família de dona Dica Congó.

Tradição

Alan Loureiro faz parte da família Congó, que festeja a Santíssima Trindade no bairro Santa Rita. Ele conta que participa das festividades do Ciclo do Marabaixo há cinco anos. Para ele, é um momento de muita alegria. “O marabaixo foi amor à primeira vista. É algo que pulsa no nosso sangue, é algo que nos contagia. Não tem uma roda de marabaixo que a gente não consiga ir”, descreve.

Tradição, aliás, é a palavra que define aqueles que mantêm as raízes do marabaixo em Macapá. José Sebastião, o Bacaba, de 49 anos, aprendeu a tocar caixa de marabaixo aos 12 com o mestre Pavão. Ele conta que perdeu a mãe recentemente e revelou o último pedido dela para ele: que não abandonasse a tradição.  Agora, diz que irá repassar o que aprendeu ao filho de 3 anos.

O Ciclo do Marabaixo

A programação do Ciclo do Marabaixo é realizada por famílias tradicionais dos bairros da Favela e do Laguinho, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria Extraordinária dos Povos Afrodescendentes (Seafro), e tem como principal objetivo manifestar toda a devoção à Santíssima Trindade e ao Divino Espírito Santo.

A programação deste ano tem como tema “Reconhecer que o Ciclo do Marabaixo faz parte do nosso desenvolvimento sociocultural é um ato de justiça”. O ciclo iniciou no dia 15 de abril com roda de marabaixo em frente à Igreja Matriz de São José, no centro de Macapá, e vai até o dia 18 de junho.

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